sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

À imagem de Sephiny

Perguntou-me "Sabes o que és?"
Na certeza que nem eu tenho que existo

E na resposta perguntei-lhe ao invés

"Saberás tu quem és,

Se te disser que sou o mefisto?"


Respondeu-me que era a divindade;

Respondeu-me...a minha consciência...

Pois essa beleza sem igualdade,

Contrastante à minha personalidade,

Recusou-se à minha exigência

E na sua angelical bondade,

Fechou-se em silenciosa paciência.


Aguardou o desconhecido do desconhecido,

Antagonia da mentira que fluía

Da boca do estranho embebecido

De tanto contraste convencido.

(Similares? Só na poesia...)


Mas na eternidade infinitesimal

Vislumbratória que nos separava,

Heis um voto que se quebrava

Para uma resposta genial,

Num tom de voz mais que magistral...

Deixei de ser quem esperava:


"Se ao mefisto rezas preces,

És errante no teu modo de vida,

Pois de nenhuma bondade careces,

Somente no azar das tuas benesses,

Que como teus olhos me deixam comovida.


E se enganada estivesse,

Numa ilusória fantasia,

Dizer-te-ia que sou quem o esquece

E a que o teu inferno aquece,

Pois nada tenho de virgem Maria.


Sou o coração que só em lágrimas se vê

Único e verdadeiro símbolo do sufixo "ade",

Negro e silencioso em que ninguém crê,

O efémero e o eterno em simbiose e igualdade."


A clareza era inexplicável;

Era nova e subentendida.

Senti que uma resposta tão inigualável

Merecia que da forma mais amável

Fosse com sinceridade respondida.


E eu então criei a imagem

Pensei bem e soube responder:

Tudo serei somente de passagem,

Pois sei que sou o que pretender.

Sou o fogo na aragem,

Que a rodeia sem arder;

Sou um sinal de uma viragem,

Para um futuro a acontecer;

Sou a mira em homenagem,

De todos os que me fizeram ver;

Sou o olho da grande viagem,

Que transmite tudo o que vi e aprendi;

Sou o último nome da mensagem

E não sou humano, sou ... c'est finit! (sou Sephiny)