domingo, 8 de junho de 2008

Noção

Escrevi um bocado de dor

Com o sangue que jorra dos meus olhos,

Após olhar a vida em redor

E ver somente restos e restolhos.


Escrevi-o na minha pele

Como quem põe gravilha na estrada.

Sem cimentar esse azedo fel,

Que remenda a alma transtornada.


Depois percorri a memória

À procura da cura e da certeza.

Porque me sinto eu a escória

Deste mundo desprovido de beleza?


Não encontrei nada que valha,

Nem me encontrei concreto.

Encontrei um sorriso canalha,

Mascara do meu choroso soneto.


Sei que choro e finjo sorrir

E sei decore o sussurro que sou.

Sussurro aparentando o rugir,

Outrora inspirado num amor que findou.


Enfim... esqueço o que escrevi;

Lambo as lágrimas e rasgo o cerco.

Rasgo a mente que lembra o que sofri.

Viverei sempre, mesmo sabendo o que perco.

terça-feira, 3 de junho de 2008

[Sem Título]



Já não sei de nada,

tudo se perdeu indiscutivelmente

e indubitavelmente

no encanto que existe

dentro da nossa mente

que nos massa,

que persiste,

que é triste,

que é desgraça.


Já não sei de nada,

tudo se desvaneceu perdidamente

e inclusivamente

no espanto rodeado

no encanto da nossa mente

que nos aperta,

que nos massa,

que nos desgraça,

que é merda.