quinta-feira, 10 de julho de 2008

Diz-lhe

Diz-lhe! Conta-lhe como foi o dia
Em que perdido estando mais me perdia
Na perdição dum amor que não podia
Ascender e possuir tudo aquilo que sou…

Diz-lhe que possuiu,
Mesmo com o despropósito vital.
Diz-lhe que todo o bem que me transmitiu
Foi o início de todo mal que me causou.

Diz-lhe que insisto porque quero,
Mas que não tenho alma masoquista
E que mal por mal, para ser sincero,
Este mal é um bem que quero que exista.

Diz-lhe porque te pedi repetidamente;
Porque me ajoelhei com o peso da dor e rezei
E mesmo não sendo firme crente
As seguintes palavras de pranto proclamei:

Diz-lhe…
Diz-lhe que chorei em enxutos pensamentos!
Diz-lhe que pequei com sonhos sonhadores!
Diz-lhe…
Diz-lhe que pecarei mais em vindouros tempos!
Diz-lhe que por si permanecerei praticante dos pecadores…

Diz-lhe…
Diz-lhe que o passado tem dois tempos!
Diz-lhe que o presente é um tempo azafamo!
Diz-lhe que o futuro é um presente sem os maus exemplos!
Diz-lhe…
Diz-lhe que ainda a amo…