domingo, 28 de setembro de 2008

O Bolo Que Não Queres

(este poema é dedicado com muito carinho à Ana Sofia Cruz tentando simular a sua conversa com um bolo, tendo uma mensagem por trás que é dedicada a toda a gente)

Bolo brilhante e amarelo,

Como desejo o teu doce sabor.

Posso deixar de ter um corpo belo;

Passar a ser um flácido desmazelo,

Mas é ao paladar que dou valor.


Quero comer-te à gulodice

E depois pedir mais um bocado,

Porque beleza é tolice

E seria tola se não pedisse

Para que a gula não seja pecado.


Vou comer-te, pois então

E o mundo que me veja comer...

Terei tanta satisfação,

Que te comerei à mão

E quem não gostar que se VÁ FODER!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Loucura

Fui atrás do que vinha atrás;

Recuei, dei meia volta e fi-lo bem,

Algo que atingir pensei não ser capaz
E que egocentricamente me convém.


Levou-me o amor pela bonança,

Mas a seriedade passou a ser chacota,

Quando me falhou toda a lembrança

Duma vida possuída por uma alma morta.


Corri nu nas palavras do mundo,

Numa nudez que vestia como casaca,

Que perdi quando me tornei vagabundo,

Deambulando numa sentimental ressaca.


Eterna…essa é a dúvida que persiste,

Mesmo no espaço atrás do ponto interrogativo.

Mais forte que a minha mente que desiste,

Confrontada com a ausência do decisivo.


A única certeza é esta minha aparência

E as palavras que escrevo pouco a pouco.

Tudo conciliado num consciência:
Do tudo ou nada de estar louco...