sábado, 18 de outubro de 2008

Chão Que Piso


Oh chão que piso,

Chão de sangue e sofrimento,

Sangue de paixão e desilusão.


Chão que está perdido em si mesmo,

Angustiando existência

De poder sentir ...


Tudo o que piso é um erro

E tudo o que o chão suporta é asneira.

Acredito que ele procura um sentido tão perro

Que peca em não descobrir outra maneira.


Chão que é simétrico

Em não o ser.

Que suporta todo o mal da humanidade

E todo o egoísmo e guerras estúpidas

Que ela constrói.


Toda aquela harmoniosa paixão

Equivalente á própria destruição

Que permanece cantando versos de tristeza

E perdição.


Que é inteligente em ser estúpido,

Que é livre matando,

Onde inevitavelmente o mal grita a sofrer
Mas solta um enorme riso.

Tudo isto,

Apenas isto,

No chão que eu piso.



sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Para os amigos...

Olhei para o céu como ultimo olhar

E vi o Sol nascer nas trevas do meu ego,

Rejuvenescendo a forma de pensar

Do meu ser egoísta, triste e cego.


Rondei o horizonte infinito

E atento, vi-o cá de dentro.

Gosto mais daquilo que agora sinto,

Do que o que sentia quando me sentia o centro.


(Sei que aquilo que quero

É o que para mim não o sei,

Pois ainda não desespero

Pelo o amor sincero,

Que para os outros desejei)


Quando o calor me bateu na pele,

Era fraco, mas reconfortante,

Como é escrever num papel

As palavras secretas de amante.


Melhor seria deitá-las fora;

Cuspi-las em forma de poesia,

(Queria tanto que fosse como outrora

Com os meus amigos a solta-las em cantoria)

Mas se as deitasse, o que sentiria?


Não quero meias sentenças espalhadas

Por um coração que me é fungo nas costas.

Quero retornar ânimo às gargalhadas

Dessas pobres almas encalhadas

E às suas perguntas dar respostas.


O meu amor pode esperar,

Pois só, não me trás alegria.

Quero, quando o encontrar,

Poder festejá-lo com companhia

E não ser única razão de folia.


Para isso estou acordado,

Pronto a mudar os destinos

E se para terceiros tenho falado,

Agora falo-vos num verbo mudado,

Enveredando por outros caminhos.


Não vos vou deixar de tristeza enfermos

Quando descobri que família sois vós…

E não é aquela pela qual nascemos,

É aquela que nasce por nós…