A vida é uma prisão!
Prende-nos tão grandemente,
Que nos tira a visão,
Tira-nos o olfacto e a audição,
Torna o tacto dormente
E, quando nada mais se sente,
Tira-nos toda a razão!
Queima-nos os sentidos
E leva-nos a dor de outrora,
Deixa-nos rendidos
Como que a saborear vitória;
Deixa-nos como corpos despidos,
De força e alma desprovidos,
Num fingimento de perda de memória...
E assim ficamos presos a um sorriso
Ausente de tudo, salvo coração;
Simples ausência do indeciso;
Ausência do pensar e da recordação;
Ausência de qualquer razão para siso,
Mas presença de tudo o que é preciso
Para atingir o auge da gratificação.
Porque viver não é recordar,
Nem aprender com o que há de ruim.
É esquecer e deixar perpetuar
A alma, na prisão que nos torna assim,
Presos por correntes de amar,
Em escravos pedintes a mendigar
Por mais amor, numa cede sem fim...
sábado, 14 de março de 2009
Vazio Como Presença do Essencial
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